segunda-feira, 14 de julho de 2014

ENTREVISTA - DAVI CALIL FALA SOBRE SEU TRABALHO NO ÁLBUM QUAISQUALIGUNDUM!



QUANTA - SEI QUE VOCÊ JÁ GOSTAVA BASTANTE DO ADONIRAN ANTES, COMO FOI AJUDAR A DAR UMA CARA PRA PERSONAGENS QUE VOCÊ SEMPRE IMAGINOU... QUANDO ESCUTAVA AS MÚSICAS ANTES IMAGINAVA O ROSTO DOS PERSONAGENS DELE? CHEGOU A SEGUIR UM POUCO ESSA MEMÓRIA QUANDO ESTAVA TRABALHANDO COM OS PERSONAGENS?

DAVI CALIL - Sim, sou fã do Adoniran desde moleque, conheci as músicas dele através dos Demônios da Garoa. Tocava as Demônios com meus amigos em Guararema.

Foi demais ter desenvolvido o visual dos personagens, ainda mais por ter trabalhado com o Roger Cruz, de quem eu também sou fanzasso. Quando ele me fez o convite já haviam alguns esboços do Mato Grosso e do Joca, mas tive liberdade total pra fazer tudo como queria.

Uma coisa que havia muito forte nas músicas do Adoniran, e sempre me pegava, eram as narrativas e os personagens "reais". Acabava de ouvir a música e a história continuava na minha cabeça, como quando a gente assiste um filme que gosta muito e os personagens continuam vivos na nossa cabeça mesmo depois do filme já ter acabado.

QUANTA - COMO FOI O PROCESSO DE CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DESSE MATERIAL COM O ROGER? VOCÊ DEU IDEIAS PRO ROTEIRO? E A ESTRUTURA DE NARRATIVA? FOI TODO FEITO EM PARCERIA? VOCÊS CONVERSARAM MUITO SOBRE COMO CONTARIAM AS HISTÓRIAS GRAFICAMENTE?

DAVI CALIL - O projeto foi idealizado pelo Roger, quando ele me convidou para participar acho que ele já tinha as ideais gerais dos roteiros. A gente conversava bastante sobre as histórias, mas era mais a respeito do tom, de quem seriam os personagens, etc, depois disso ele escrevia e já me mandava tudo finalizado pra iniciar os desenhos.

Recebi muitas páginas de roteiro com esboços da narrativa, alguns com bonecos de palito e outras com desenhos lindos (tipo, prontos pra mandar pra gráfica, rsrs) eu podia seguir ou não as indicações deixadas por ele. Segui muitas e acho que no final a coisa se tornou uma mistura de estilos e o projeto saiu ganhando.

Trabalhar com o Roger é fantástico, ele desenha muito e manja demais de narrativa, aprendi muito nessa parceria.

QUANTA - VOCÊ SE VÊ ADAPTANDO OUTRAS HISTÓRIAS DESSE TIPO, MEXER COM PESSOAS DE CARNE E OSSO? É ALGO QUE TE INTERESSA?

DAVI CALIL - Sim, adoro transformar personagens históricos em personagens fictícios. Estou desenvolvendo dois projetos novos atualmente, os dois contém personagens baseados em figuras históricas.

Esses projetos serão bem diferentes do Quaisqualigundum, mas ainda assim, terão alguma relação com fatos e pessoas reais.

Uma coisa que tem me agradado é mudar fatos reais conhecidos de propósito, minha próxima HQ vai estar cheia disso.

Sabe no "Bastardos Inglórios", quando o Tarantino mata do Hitler com uma rajada de metralhadora? Mais ou menos isso, rsrs.


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