Há um tempo, seguindo o quadrinista Marcelo
Costa pelo instagran, comecei a seguir uma brincadeira muito bacana do
artista.. ele começou uma serie de artes focando em um de seus personagens
favoritos, o Wolverine... A série é DAYLY WOLVERINE. Achei muito bacana... E
uma das razões pra isso é ver que ele não tem vergonha de continuar gostando de
coisas simples, coisas que influenciaram sua carreira.. como as boas e velhas
histórias em quadrinhos de super-heróis. Neste mundo de autores de quadrinhos,
percebo que muitos tentam se descolar de influências antigas, tentar dar uma ar
“cool” e “adulto” e “sensível” ao seu trabalho... Nada de errado com isso, mas
em muitos deles percebo um tipo de vergonha de admitir que suas carreiras começaram
gostando de coisas populares como os famosos “xis-mein”... E o Marcelo (e
também seu irmão Magno) nunca teve esse tipo de coisa. Aí entrei em contato com
ele e o convidei pra gente fazer uma exposição aqui na Quanta com estas
imagens... que retratam o personagem Wolverine sobre diversos aspectos.
Marcelo Costa nasceu no Paraná em 1977 e mora
em São Paulo a 22 anos. É um dos autores do álbum "Oeste Vermelho"
pela Editora Devir, com o selo da Quanta e também "Matinê", ambos em
parceria com o irmão e também quadrinista Magno Costa. Venceu o Troféu HQ Mix
na categoria Desenhista revelação. Em 2013 desenhou para a editora Americana
Zenescope, lançou “Gazzara”, projeto gráfico de quadrinhos de Rafael Coutinho e
publicou Oeste Vermelho e Matinê na Argentina. Em 2013 venceu o edital PROAC do
governo de São Paulo com a história em quadrinhos "Segundo Tempo",
com o Roterista Alex Mir previsto para lançamento no final de 2014. Em 2013
coloriu "A Vida de Jonas", de Magno Costa. Publicou também as hqs
independentes “2028” e “Matinê Vol.2”.
A gente fez uma pequena entrevista com ele
sobre esse trabalho chamado DAYLY WOLVERINE, exposição que terá abertura aqui
na Quanta Academia de Artes no dia 13 de SETEMBRO.
QUANTA - Desde quando você conhece o personagem?
Lembra a primeira vez que viu a imagem dele ou leu uma história?
MARCELO COSTA - Desde os 7 anos de idade, por volta
de 1985 ou 86 no Paraná. Não tenho uma lembrança certa da primeira vez que vi o
Wolverine. Foram pequenos momentos que me conquistaram, já que ele não era o
personagem principal na época.
QUANTA - Você se lembra de alguma história ou
momento de uma história onde você percebeu que ele era um de seus personagens
do gênero super-herói preferido? Lembra de quando deu o “estalo”... “porra...
eu gosto desse personagem!”
MARCELO COSTA - Comecei a acompanha na época Dave
Cocrum, com a Fenix, a Ninhada entre outras histórias incríveis. Foi em uma das
lutas com os sentinelas, onde ele saltava pra cima do robô sem ter medo da
morte. E na guerra contra a ninhada, quando está infectado com um ovo dos
alienígenas que pode transforma-lo em um deles, mas seu fator de cure impede a
transformação. Momentos que ficaram na cabeça.
QUANTA - De onde veio essa ideia de produzir uma
arte com o personagem todo dia?
MARCELO COSTA - Surgiu da vontade de desenhar todos
os dias e praticar traços e estilos. Já queria fazer algo assim e precisava de
uma ideia. Daí, juntei a vontade de desenhar com o amor pelo personagem.
QUANTA - Wolverine é um personagem muito visual,
como todo super-herói, e cada artista dá sua própria visão do como acha que
seria legal interpretá-lo graficamente... Tem algum artista que chegou a uma
visão perfeita do personagem pra você?
MARCELO COSTA - É difícil dizer, pois tem muitos
que fazem bem o Logan. Gosto muito do Wolverine peludo do John Byrne. Mas meu
preferido é o mal encarado do Marc Silvestri.
QUANTA - Você brinca com estilos nessa galeria..
nessas mudanças a intenção é homenagear artistas específicos que já trabalharam
com o personagem?
MARCELO COSTA - Na verdade, minha intenção foi
homenagear fases do personagem. Não criei nenhum uniforme ou fiz momentos que
não estivessem nas hqs.
QUANTA - O Wolverine é, talvez, o mutante mais
popular da Marvel. E essa popularidade vem principalmente das versões do personagem
em outras mídias... muito mais do que pelos quadrinhos. Você acha que a versão
do cinema são respeitosas ao personagem? Você curte?
MARCELO COSTA - Por mais que eu goste dos primeiro
filmes, "X-Men" e "X-Men 2" e tenha gostado do Wolverine,
eu devo dizer que não o aprovei por completo. Desde a altura do Hugh
Jackman, da mudança do local de saída das garras, das garras em forma de facas
ao invés de roliças como eram desenhadas no passado, até a personalidade
humanizada demais. Mas gosto do Hugh Jackman como ator.
QUANTA - E na animação? Curtiu alguma versão do
personagem?
MARCELO COSTA - Acho que só daquele desenho animado
dos anos 90. O Wolverine era bem mal humorado e isso me agradava.
QUANTA - Você curte uniformes em super-heróis? Já
chegou a criar sua própria galeria de super-heróis? Já criou a sua versão do
Wolverine?
MARCELO COSTA - Curto sim. Uniformes são
necessários pra separar os "super-heróis" das pessoas normais. Sim,
já criei com meu irmão lá nos anos 80 uma galeria grande de super-heróis, bem
bregas na verdade. Nunca criei um uniforme para o Wolverine, acho que eu não
saberia o que fazer.
QUANTA - Agora algumas perguntas bobas mas que não
dá pra não fazer... Se você fosse contratado para recriar o personagem... como
ele seria visualmente?
MARCELO COSTA - Talvez algo mais puxado pro
militar, coturno e calça com costuras. Braços de fora, com luvas sem dedos.
Talvez com cores marrom e preto, mas se não desse certo, amarelo e preto mesmo.
E manteria a mascara, que é o que matem o personagem cool.
QUANTA - E tem algum outro personagem que você
curtiria fazer uma galeria como essa?
MARCELO COSTA - Personagem solo não, faria um X-Men
por dia pra homenagear a equipe.
QUANTA - Wolverine bonitão e com 1m80cm ou baixinho
e rolinha de poço?
MARCELO COSTA - Baixinho e peludo, sempre.
QUANTA - Garras de adamantiun ou osso?
MARCELO COSTA - Adamantiun. Acho que garras de osso
foi um grande erro de criação.
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